domingo, 25 de maio de 2008

Por ser corriqueiro, torna-se absurdo.

Não é verdade que me esqueci deste blog. Como muitos dos que aqui freqüentam devem saber, a profissão professor ocupa tempos até mesmo de descanso para preparação e planejamento. Quando sento em frente ao computador, procuro as novidades mais recentes, estabeleço alguma relação com as pessoas através dos meios digitais e volto para meus papéis. Isso quando não preciso me alimentar, o que também requer certo tempo... Ainda bem!

Mas... não é do tempo que falo. Quero tratar do respeito.

O que é respeitar? É temer? É comportar-se de maneira subordinada para não receber punições? O que entendo por respeito é a simples compreensão de tratar o outro de maneira humana para, assim, ser reciprocamente bem tratado. Poucas vezes se observa uma situação de respeito que não seja mútua entre dois indivíduos. Os limites podem construir o respeito, as regras também. Do que penso, o respeito existe quando nos colocamos no lugar do outro, vendo o que não desejaríamos sofrer, determinadas ações desencadeadas por escolhas e atitudes de nossa parte.

Vejo isso nos alunos. Grande parte deles, a despeito suas situações críticas, a ausência de modelos considerados íntegros e uma realidade que não favorece o respeito construído e sim o temor imposto pela lei do "quem pode mais, manda", respeita aquilo que o professor diz, ouve suas idéias e explicações e, principalmente, convive de maneira amistosa com qualquer um que esteja no ambiente escolar. As exceções, infelizmente, existem. E constrastam tanto que fica difícil pensar que para esses algo um dia mude.

Tentar agredir o outro não foi um ato impensado. O que um aluno tentou fazer naquela aula de sexta-feira, a última do período, é a conseqüência de um modo equivocado de encarar a vida, de achar que tudo se pode, tudo é permitido, que para ele nada se aplica, ele está acima de qualquer regra de convivência por mais básica que ela seja. Confesso ter sentido o sangue esquentar ao ver que aquele pequeno, que se acha grande demais, em nada mudou desde o começo do ano, com todas as conversas, as chamadas e pedidos de atenção... A mesma maneira violenta que ele entende ser a resolução dos seus problemas é a arma que ele tem para fugir de uma explicação que satisfaz um professor intranqüilo, ao não perceber que pode educar, e o seu próprio íntimo, inseguro atrás de uma máscara de agressões verbais e físicas, sem qualquer relação com a realidade. Gritei, sim. Segurei pelo braço, sim. Perder a cabeça é normal? Ainda vou contruir uma idéia sobre isso... O tempo corre.

Cinco dias de suspensão não são suficientes para fazer uma maneira de ser tornar-se diferente. Não sei como será daqui pra frente, afinal ainda estamos no segundo bimestre. Talvez a escola não ofereça o que a família não dá, uma vez que não é obrigação do Estado oferecer alunos comportados. Isso é cidadania pura. Pena que muitos têm esse direito negado, voluntariamente ou por tabela. Abraços a todos.
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