Acumulou entrega de trechos do TCC, atividades de outros cursos e depois o feriado. Só não dá pra deixar a série sem um ponto final adequado!
O exercício de pensar em possibilidades para chegar a um jogo melhor e mais organizado trouxe novas ideias, mas não pode estar distante de referências e estudos relacionados. Também teremos um pouco disso nesses instantes finais, incluindo algumas impressões que compartilho na iniciação esportiva.
Como recurso durante o jogo, sim. Como regra formar "barreira", não!
É comum observar o ensino do handebol nas escolas com uma orientação clara: o time perde a bola e deve voltar para formar uma barreira, uma aproximação do sistema 1-6-0 (um goleiro, seis defensores em linha. Para mais sobre organização tática em esportes coletivos, clique aqui). Discordo desse comportamento de "barreira", afinal a decisão de defender desta ou daquela maneira é própria do jogador e sua formação deve atender a necessidade de desenvolver essa percepção. Durante minha formação e em outros estudos, algo que ficou é a preocupação de ensinar a defender nos primeiros anos de prática esportiva. Para definir as formas e meios de defender, vale lembrar os princípios operacionais do esporte coletivo como norte. Novamente, a série sobre Estudo dos Esportes Coletivos vale a consulta!
Como em qualquer esporte coletivo, a defesa pode ser feita de maneira individual e por zona. Na defesa individual, cada defensor é responsável por acompanhar um atacante. Na defesa por zona, cada defensor é responsável por um setor da quadra defensiva, devendo exercer marcação sobre os atacantes que permaneçam em sua zona de atuação. Marcar individualmente é um exercício de responsabilidade intenso, exige tomadas de decisão constantes em relação ao adversário, mas o desgaste físico é alto. Marcar por zona permite um maior controle do espaço, incute o retorno defensivo, porém precisa de uma base sólida no comportamento defensivo para não termos aquelas "barreiras", inconcebíveis na atual conjuntura esportiva. As opções de defesa por zona são 6:0, 5:1, 3:3, 4:2, opções feitas pela própria equipe, além de organizações que combinam zona e individual.
No ataque, especializar nessa etapa do ensino do handebol não tem validade. Cabe estimular diferentes papéis (sejam eles as posições ponta, armador e pivô) para desenvolver capacidades e tornar o aluno conhecedor de todas as situações ofensivas possíveis. Conforme o aprofundamento e amadurecimento das ideias (permitindo um jogo mais elaborado do ponto de vista tático), lá pelo 13 ou 14 anos, aí podemos apresentar sistemas ofensivos: 3:3, 4:2, 5:1, 6:0 (novamente, a primeira linha sendo a mais próxima da defesa, assim, o sistema ofensivo 3:3 tem 3 jogadores na primeira linha de ataque, armadores, e outros 3 na segunda linha, sendo dois pontas e um pivô).
Referências
Pedagogia do Handebol - site desenvolvido pelo Prof. Lucas Leonardo com muitos artigos que discutem o aprendizado, ensino e desenvolvimento da modalidade sob a perspectiva de uma formação completa e embasada em estudos acadêmicos e práticos. Vale uma consulta aprofundada e perder algum tempo nas interessantes leituras!
KROGER, Christian; ROTH, Klaus – Escola da Bola - 1. ed. São Paulo: Phorte, 1999
REVERDITTO, Riller Silva, SCAGLIA, Alcides José. Pedagogia do Esporte: Jogos Coletivos de Invasão. São Paulo: Phorte, 2009.
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