Após quase um mês de ausência, eis que o dia de hoje acendeu uma chama e resolvi me sentar aqui mais uma vez para falar dos caminhos os quais venho abrindo desde fevereiro...
É justamente nisso que quero tocar, do "Professor Guilherme" ser tão recente na minha vida. A gente termina uma faculdade querendo sair e botar tudo aquilo de bonito e perfeito que aprendemos em prática, intentando fazer a diferença na vida de centenas de pequenos por ano, trazendo experiências variadas, novos conceitos, um mundo de vivências pensado exclusivamente para que eles usufruam. Porém, eu já tratei desta outra realidade, sabemos que uma sala de aula não é fácil. Eu, pelo menos, agora já sei, mas isso não me desanima nem por um momento!! A vontade de ver as coisas dando certo é meu dínamo todos os dias quando acordo e tomo os dois ônibus rumo à escola.
Da faculdade, eu aprendi que não podemos generalizar os alunos, afinal cada um tem uma história e uma forma de entender o mundo. Aprendi também que repetir simplesmente aquilo que já vimos ou conhecemos não acrescenta nada se não for uma reprodução reflexiva ou repensada na situação do momento. Aprendi, por fim, que, por meio de brincadeiras e jogos, muotos desses conhecidos das crianças, outros fruto da criatividade do professor, podemos atingir N objetivos, mesmo os mais impensáveis, fazendo bom uso do espaço disponível, dos materiais existentes e de uma explicação clara e precisa.
Pois bem. Aproveito algo disso e acrescento outro fator fundamental: o acerto. Não o simples acerto de atingir um objetivo ou alvo. Um acerto gradual, de entender como aquele público lida com diferentes maneiras de se aplicar o mesmo programa. Comigo isto tem sido flagrante. Acompanhando a seqüência de aulas das quartas séries, até me sinto culpado por "usá-los" deste modo.
Três quartas séries.
- A primeira formada por alunos mais velhos, a maioria já completou dez anos ou mais, pré-adolescentes que, por um motivo ou outro, não estão ainda no Fundamental II e simplesmente já se encheram das turminhas e da professora única em sala, querem a agitação das trocas de aula a cada 50 minutos.
- A segunda tem faixa etária adequada, mas condensa um grupo agitado e disperso, participativos, porém desatentos a aquilo que não for o que os interessa naquele instante, como as bolinhas de gude (burquinhas) e o intervalo dos alunos maiores.
- A terceira ainda é uma classe de quarta série, apesar da agitação ocasional da chegada de uma nova fase. Ouvem, escutam e estão mais dispostos a colaborar.
Não sei qual a minha participação nessas três impressões, mas é fato que as aulas com a terceira classe têm sido mais proveitosas em todos os sentidos do que as duas anteriores. Como tudo é novo ainda, o planejamento das três salas é igual, inclusive as atividades aplicadas. Porém, quando chego à ultima aula do dia, já modifiquei vários pontos que, de certo, contribuiram demais para que a participação e motivação durante a aula. Isso, quase sempre e coincidentemente, acontece sempre na terceira sala.
Devo me sentir culpado? Talvez, mas a empatia com esta turma realmente foi à primeira vista, sem dúvidas, enquanto na primeira sala, topei com alguns que se recusaram desde o primeiro momento a colaborar mesmo quando o conteúdo os agrada, embora uma maioria goste e queira aprender sempre mais. Na segunda, tive momentos ótimos que semanalmente confrontam-se com a vontade de conversar e se expressar, eles estão ficando mais "treinados" em falar e ouvir na hora certa...
Só espero não estar prejudicando um em função de experiências que visam aperfeiçoar um formato de Educação Física repleto de boas intenções, mas que ainda busca seu acerto... Um abraço aos leitores e espero mais comentários!!!
Este "jogo" de acertos e erros acompanha a vida de todo o professor durante toda sua carreira. Difícil saber qual nossa participação no porque de uma atividade ter saído melhor ou pior que outra, num ambiente repleto de diferenças e peculiaridades, sem contar tudo aquilo que os alunos já nos trazem em suas mentes, de suas casas...
ResponderExcluirUsando alunos? Jamais... aprendemos junto com eles. Experiência só se ganha na prática...
grande abraço