quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Desembocando

Estive aqui pensando...

Do que é, afinal, que essa garotada precisa? Eu tento me ver quando tinha a idade deles, mas (acho que posso me permitir dizer que) felizmente eu não vivia a realidade em que eles estão.

Eu acreditei que eles quisessem sair da mesmice, ledo engano... o trabalho é árduo para enculcar uma pontinha de vontade para fugir da habitual enrolação a que eles se acostumaram. Não os culpo. Mas ainda não justifico, sigamos as inquietações...

Depois, repensei, vi que estivessem querendo uma metodologia mais tradicional. Adotar esta postura ofereceria a chance de me aproximar e ir aos poucos transformando para uma maneira que eu estivesse trabalhando mais à vontade com todos. Me enganei de novo. Não houve resposta satisfatória, também.

Acho que não posso repensar o repensado. Então, RECONSIDEREI (hahahaha). Entendi que faltava estar, antes de qualquer outra coisa, próximo a eles. Busquei mudar minhas atitudes, transformei minha postura em sala, tratei de procurar entendê-los melhor e ouvir o que eles tinham a dizer. Tive sucessos e gostei bastante de uma aula em que, pela primeira vez, uma das salas mais povoadas de meninas resolveu tomar a frente das discussões e expor seu ponto de vista, gostei mesmo. Mas nada é perfeito e os pontos fortes tendem a ficar ilhados se circundados por erros e desacertos. Tem mais essa cara...

Não consigo achar a razão desse desinteresse. Será o ano anterior o culpado?
Uma pancada de licenças de minha antecessora no cargo, vários professores que simplesmente ocupavam o lugar, mas não lecionavam, resultado possível: "Fazemos o que queremos, é disso que a gente gosta!"
Será a (ausência da) família?
Falta de cobrança, desestruturação geral, descompromisso...
Será a descabida aprovação em massa?
Ausência de critérios, flexibilização das obrigações, afrouxamento do gargalo (tanto se fala em competências e habilidades... não existe competência para administrar o sistema, nem habilidade para contornar a arapuca que armou para si mesmo).

Quando irei encontrar essa resposta? Ponho fé na minha oscilação natural de professor iniciante e nos resultados interessantes que a LUDocência vem apresentando... mas como é mais fácil uma turma disposta a aprender. Logo, o exemplo do sonho de quinta série que tratarei num post e a superação dos modelos familiares.

Em tempo: estou concorrendo a uma vaga como Instrutor do Programa Curumim - SESC SP. Cheguei à 3ª fase da seleção, torçam por mim! Com certeza, a LUDocência terá mais espaço numa instituição de força e estrutura como é o SESC!! Abraços aos leitores e até a próxima!

2 comentários:

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