sexta-feira, 18 de maio de 2012

Driblando a "boleiragem" com o futsal II

Possibilidades! Nada melhor de se falar em uma sexta-feira de tempo aberto como essa...

O futsal torna-se opção pelas coisas que enumerei na postagem anterior e também porque inclui alguns condicionantes específicos ao movimento. É um contraste muito grande: em um grupo, torna-se tão comum a prática que abordá-la na escola pode ser enfadonho e chato. Para uma maioria, as poucas e raras oportunidades de experimentar uma bola no pé já cria um quadro desmotivante e a insegurança de realizar as tarefas de aula é influenciada também pelo time dos boleiros.

Mas nada de desistir ou passar para outros conteúdos. Do que tenho observado, precisamos de momentos em que o foco seja dividido e a tranquilidade para perceber-se em movimento seja predominante. Vamos ao que interessa!
Tira a mão da bola, rapaz, deixa ela no pé!

Aula 1 - Primeiros contatos do pé com a bola

Atualmente, percebo que a dificuldade de abordar o conteúdo esbarra em uma formação incompleta nos anos anteriores da Educação Física. Assim, tudo vem mesmo do começo. Chutar de várias e infinitas formas!

- Dividir-se em duplas e trabalhar com a bola no pé. Combinar que nenhuma bola deverá ser segura com as mãos durante esta aula para estimular ao máximo o controle da bola. Somente com uma aplicação regular o aluno perceberá melhor o contato com a bola em chutes, passes e dribles.

- Dividir duas equipes: uma com bola e a outra fora da quadra, sem bola. Os alunos com bola permanecem driblando pela quadra até que o professor dá um sinal e o time sem bola entra para tentar tomar a bola. A equipe com bola tenta levar a bola para dentro de um gol e os de fora para outro. Exercitar o drible com rapidez e proteção de bola. Variar a quantidade de bolas, quantidade de integrantes de cada equipe e o local que será usado como alvo.

- Limpeza de quadra: duas equipes posicionadas cada uma em sua metade. Metade das bolas será deixada em cada lado. Os jogadores se posicionarão em suas respectivas linhas de fundo e, ao sinal, enviarão as bolas ao outro lado durante o tempo determinado. O professor dará outro sinal para encerrar a atividade e contar o placar de bolas em cada lado da quadra. Variar o alvo dos chutes que "limpam" a quadra, valendo as bolas que ficarem dentro do gol adversário.

- Duas equipes, uma posicionada no centro da quadra e outra dividida nos dois lados, com um número de bolas. Ao sinal, tentam acertar os colegas no meio, contando os acertos. Estimular o direcionamento dos chutes e passes, para perceberem que não compensará tanto a força, pois chutes errados irão parar longe e farão a equipe perder tempo.

Pode-se pensar que com poucas bolas não é possível. Mas todas as atividades também podem ser realizadas com somente uma bola, com adaptações que certamente o professor é capaz de fazer de acordo com sua realidade. Concordo com a maioria das dificuldades apontadas pelos colegas em conversas e comentários aqui deixados, durante a aula a resolução de conflitos tem tomado muito tempo das aulas e a individualidade atrapalha o desenvolvimento da habilidade de compartilhar seus saberes e conhecimentos para contribuir na formação dos colegas. Mesmo diante desses contratempos, o estímulo do jogo pode auxiliar na transformação de pré-conceitos e a criação de uma identidade social. Abraços a todos e até a próxima!

2 comentários:

  1. Dificuldades existem sempre na escola! Enfatizo que há alguns aspectos importantes (na minha visão/experiência)quando vai trabalhar com esse tema na escola:
    1º Deixar claro para os alunos que o futsal na escola não é o mesmo que eles jogam no intervalo ou em qualquer outro momento que não seja na aula de EF. Já que, geralmente, há um abismo entre a expectativa do futebol para os alunos e a do professor. E eles devem saber disso.
    2º Gênero: fundamental importância, já que são várias as alunas que tem interesse (mesmo falando que não querem) em chutar uma bola. As que não tem, por que não? Nossa obrigação é criar o ambiente "tranquilo" que o Guilherme bem disse, pois nele haverá valores e significados que não são os mesmos que as faziam se desmotivar - isso serve tbm para os meninos que não "querem" jogar.
    Deixar bem claro esses pontos vai facilitar para a prática das ótimas atividades sugeridas pelo Fritas!
    Vou "experimentar" uma delas nos meus alunos de 6 a 8 anos...
    E pra não ficar na dívida (hehe), deixarei uma sugestão de atividade lúdica que envolve características do futsal.
    - Pega-pega-futsal: o trio que estiver com a bola deverá fazer passes e movimentações (abrir linha de passe) para manter a posse da bola. Os trios que não estiverem com a posse devem roubar a bola e assim fazer o mesmo quando tem a posse. Experimente sozinho, em duplas, quartetos, 2, 3, 4, 5, 6 bolas, dependendo da realidade. Se o espaço for muito pequeno ou a turma for grande, pode fazer com as mão dadas os trios sem bola ou para os mais velhos - fund. II - colocar mais bolas ou revezar com as trios que perderem a posse. Ahh, o trio q sair com a bola perderá a posse e dará a bola para o integrante do trio sem a bola que estava mais perto dele (pressionou) no momento que a bola saiu.
    Conceitos: manutenção da posse de bola, linha de passe (desmarcação), marcação pressão/pressing, passe, drible, condução e noção espacial da quadra (ou use o pátio).
    Fica a sugestão.
    Abraços
    Thiago Beolchi

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  2. Agradeço as contribuições do meu amigo e colega Thiago! Realmente a dificuldade reside no que eles assistem e consomem, a diferença entre o que desejamos que busquem e os sonhos é enorme. Mas a gente não desiste! Grande abraço!

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