quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Reflexões ansiosas

Faltando poucos dias para eu realmente entrar em exercício na minha profissão professor, venho pensando e organizando alguns materiais que possuo, acúmulos da graduação, vendo aquilo que realmente me servirá daqui pra frente e o que poderei descartar, sendo apenas mais uma boa quantidade de matéria prima vegetal destinada à reciclagem.

Essa reorganização do meu acervo pessoal foi quase um báu de memórias aberto. Encontrei textos de disciplinas que eu já nem me lembrava que havia cursado, alguns deles muito bons, inclusive. Outros eu não pensei duas vezes em amontoar na pilha de inutilidades. Até lembrei de algumas aulas, após ver anotações e comentários para reler alguns trechos. Ah sim, também vi rabiscos de impaciência desenhados nas margens dos textos, símbolos daquilo que eu pensava não ter qualquer importância naquele momento.

E mesmo algumas das coisas que eu pensava serem inúteis, hoje entendo como fundamentais. As aulas de Saúde Coletiva, uma completa desorganização de professores convidados que nos apresentou a alguns conceitos básicos, textos de História da Educação Física, os primórdios dos modelos de ginástica importados da Europa, referências que me indicaram até as fontes para alguns trechos do meu TCC... Nutrição, os conceitos de obesidade e desnutrição, informações importantes que a grande maioria dos planejamentos em Educação Física desconsideram totalmente.

É pensando nessa infinidade de assuntos que venho tentando compôr um modelo de planejamento que dê conta da enormidade de temas relacionados ao corpo, ser humano e saúde. Não seria presunçoso em afirmar que pertencem à disciplina Educação Física, mas penso que dentro da escola, no atual panorama da educação, não há espaço mais adequado para tratar destes assuntos. Pensando nessa mudança de conceitos é que venho construindo minha metodologia.

Crítico-superadora, crítico-emancipatória, desenvolvimentista, concepções abertas... Tentei ver o que conseguia de melhor dos ótimos trabalhos de cada um dos autores que elaboraram estas concepções. Uma Educação Física que proporcione ao aluno emancipar-se, tornar-se capaz de entender e promover transformações sociais, facilite o desenvolvimento e aprimoramento em alguns aspectos físicos, ofereça ao aluno oportunidades sugerir conteúdos que ele domine ou tenha interesse, mas que, principalmente, contribua para transformar o indivíduo dela participante em alguém diferente do que era antes.

Ainda não sei dizer o que encontrarei quando realmente começar, mas as boas idéias e a vontade de fazer tudo são imensas, mesmo conhecendo a realidade do magistério na rede pública através de minha mãe, professora de Biologia e Ciências há quase 25 anos, próxima da aposentadoria.
Até a próxima.

Um comentário:

  1. É isso aí, garoto. Boa sorte com seu novo trabalho e segmento futuro.
    Acredito na sua capacidade de ser uma grande professor, e espero que dê tudo certo nos seus primeiros dias de exercício.
    Té.

    ResponderExcluir

Ficarei feliz em ler sua opinião, seu comentário ou sua reclamação a respeito do meu post! Responderei assim que for possível e aqui mesmo nos comentários. Obrigado por participar e ajudar a construir a LUDocência!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...