terça-feira, 14 de abril de 2009

Inquietações da madrugada

Saudações!

Creio não estar errado quando me questiono todos os dias: qual a minha função? qual o papel da Educação Física na escola? O que os alunos esperam e o que podem conseguir com minhas aulas?

Nessa vida, nos valemos das perguntas que respondemos, ou simplesmente daquelas que nos fazem buscar a resposta, mesmo que ela não exista. Não tem um dia que eu não saia da escola pensando nisso... Aliás, recomendo a todos: se quiserem esclarecer ideias, pensamentos e desenvolver novas reflexões, comprem uma bicicleta e pedalem por aí, busquem trechos bem arborizados, sossegados e planos (pensar numa subida é exigir demais!!!). Eu adoro voltar para casa depois de um dia de trabalho, venho pedalando e repensando tudo o que aconteceu, os pequenos acertos e os vários erros. É das coisas que me tem feito mais bem, que delícia o vento no rosto, o deslizar na inércia do movimento... sem igual.

Nessas pedaladas, idas e vindas entre os caminhos tortuosos da Ludocência, vi que eu ando dedicando pouco tempo à prática das perguntas formuladas (ou talvez suas respostas). O planejar não vem sendo feito como deveria por mim, e confesso que hoje foi um destes dias... Em uma aula específica, me furtei de trabalhar o que havia pensado, na confusão de bolas, alunos, alunas e demais variáveis deste sistema. Noutra, apliquei o planejado, mas a contrariedade do grupo venceu minha insistência (a paciência tem limite) e fomos mais rápido ao jogo formal, técnico, modelado, formatado, previamente conhecido e sem qualquer interferência de minha parte no que se refere ao desenvolvimento de algo diferente.

Pra não ir tão longe e deixar abertura ás colocações dos amigos, observações: se a brincadeira conhecida e transformada não atrai os pequenos (na sua ânsia de jogar, estão precocemente querendo aquilo que os mais velhos desejam...) e o jogo construído não tem valor no aprendizado e recriação de uma maneira de entender o esporte perante os maiores, qual(is) o(s) caminho(s)? Qualquer possibilidade de deixar solto está totalmente eliminada, que meu compromisso de professor "seja eterno enquanto dure". Venho aproveitar para saudar a vinda de Daniel Giacon, grande amigo e colega de faculdade para acompanhar algumas aulas comigo na escola, bem vindo!!!

Abraços a todos e obrigado de coração pelos comentários, são incentivos à sequência destes textos.

2 comentários:

  1. Oi Gui!!!!
    Seus questionamentos são pertinentes!Posso fazer um desabafo?
    Bem, lá vai: Como sempre me identifico contigo rsrsr: Eu também entro e saio da escola com a mente parecendo um turbilhão, são tantas as dúvidas e poucas as certezas.
    Eu vou andando pra escola, pois bicicleta aqui na terras das Artes é algo que julgo muito complexo,afinal esta também é a terra das temperaturas amenas devido sua localização e formação geográfica que é composta de inumeras ladeiras "fortes".(eu,por exemplo, moro no topo do morro e a minha escola fica láaaa em baixo)rsrs
    Bem,se já não bastassem as minhas dúvidas, as professoras generalistas, transmitem às crianças e me bombardeiam com idéias pré-concebidas sobre Ed Física(àquela arcaica,meramente desenvolvimentista), que mais atrapalham do que ajudam minha prática docente.
    Em relação ao planejamento, este ano estou enfrentando grandes dificuldades:tenho trabalhado na base do improviso, pois como comentei, minha escola está em reforma, quando chego na expectativa de utilizar um espaço sou obrigada ao "confinamento" no espaço da sala de aula (a quadra e os pátios foram transformados em dépósito de materiais de construção).É estranho, mas confesso que começei a montar um esquema de atividades especificas para sala de aula,porém nem sempre essas se encaixam naquele conteúdo que me programei para trabalhar.Me sinto culpada pq parece que meu trabalho está perdendo o seu sentido...Ando aflita com tal situação, pois há um momento que a nossa criatividade esgota!!!
    Esse cenário torna a minha vida tensa, pois @s crianças clamam por práticas externas e esportivas. Fico penalisada quando digo que a aula será em sala de aula, eu só ouço aquele "ah não, prô". Mas, na medida do possivel, el@s se contentam à fazer as atividades em sala!!
    Depois de tudo isso,a ultima pergunta que me faço é: como fazer/trabalhar a Educação Física sob condições adversas sem que nosso trabalho não perca qualidade?? Quando achar a resposta eu te falo!
    Um abraço e continuemos na luta

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  2. Pois é, Ju, vai ser difícil encontrar momentos em q não fiquemos na mesma, já q a realidade não muda quase nada, apesar da distância considerável.

    Salvo eu ter quadra (emprestada e no quarteirão de baixo), ela é descoberta como eu disse, então por vezes, abro mão do planejado em função das vontades de São Pedro.

    Sem falar em uma turma de aceleração de 4ª série com 13 alunos, que faço na quadra com 13 alunos... Nem reclamar demais é, eles são poucos mas valem por 5 na desmotivação, por parte deles e minha, quando sempre boicotam as propostas dentro e fora de sala.

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