sexta-feira, 22 de junho de 2012

Driblando a "boleiragem" no futsal V



Saudações. Fim de bimestre, atividades dos cursos que realizo, ficou tudo muito junto e precisei dar prioridade ao que era urgente. Duas semanas sem postar... Vou compensar com postagens hoje, segunda e na próxima sexta-feira.

Mas falávamos de futsal! Depois de valorizar o passe nas atividades do post anterior, hoje vou em direção à marcação e desarme. Atacar responde aos objetivos da modalidade, mas defender é a contrapartida oferecida ao adversário e tem como principal função iniciar o ataque, recuperando a bola. Em um espaço reduzido, defender fica mais fácil e a intenção é mostrar aos alunos que pode ser divertido e prazeroso como qualquer parte do futsal.

1 - Sombra

Dois a dois, caso existam  bolas suficientes, os alunos vão deslocar-se pelo espaço. Quem tem a posse de bola, evolui driblando enquanto o colega desloca-se de costas como que marcando, mas sem efetivamente tentar desarmar. Pode-se adaptar a atividade para ser realizada em colunas, quando são poucas bolas à disposição. Orientar o posicionamento em relação ao atacante e o acompanhamento próximo, mas não tão perto que facilite o drible. Com o bom desenvolvimento, liberar o desarme, ao que se invertem os papéis.

2 - Bobinho

Já falamos dele quando tratamos do passe. Agora, favorecemos o desarme. A sequência inicial terá grupos divididos de acordo com o número de bolas disponíveis, preferencialmente em números ímpares, ficando um aluno no centro, enquanto o restante se divide em duas linhas. O objetivo das linhas é passar a bola entre si, superando a marcação do defensor ao centro. Quando conseguir a posse da bola, o aluno que defende troca de lugar a quem tocou a bola por último.

As variações são muitas, como já conversamos anteriormente. Sugiro pedir sugestões aos alunos para estimular sua percepção de situações em que o desarme será importante, mas deixo uma opção em que três alunos são diferenciados do restante com um colete ou algo que chame a atenção, estes deverão tentar roubar a bola. O restante do grupo mantém a posse de uma (ou mais, conforme for conveniente) bola por meio de dribles e passes, sendo que perder a bola significa tornar-se parte do trio defensor.

3 - Derruba-cone

Uma daquelas coringas que valem para quase todo trabalho de iniciação esportiva. No nosso caso, estimulamos a tomada de decisão da defesa: aproximar-se do adversário e tentar roubar a bola para tornar-se atacante ou apenas marcar protegendo o alvo? O campo de jogo pode seguir formatos diversos, como o da figura ou círculos, ou maior número de cones em diferentes locais, sem definição de alvo específico para cada equipe.


Não é necessário ressaltar que o trabalho com marcação e desarme está intimamente ligado a passe e drible. Trabalhar os primeiros com quem defende estimula os outros em quem ataca! Normalmente, a opção de atividades que falam de esporte coletivo tem essa característica mais global, cabendo ao professor insistir no que deve ser observado e refletido a cada aula.

Semana que vem, duas postagens, prometo! Viremos com finalização e drible, encerrando na outra semana com situações de aprendizado para o goleiro e a avaliação do tema. Abraços a todos, ótimo final de semana e até a próxima!

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Driblando a "boleiragem" no futsal IV

Boas! As coisas ficarão mais próximas de uma organização de jogo, iniciando pela experimentação direta do passe. O passe é fundamental ao jogo de futsal, mais que no futebol, por exemplo. Essa característica é comum aos outros esportes de quadra, uma vez que o espaço reduzido dificulta a condução e o drible.

Mais um fator para explorar como diferença para o futebol. É comum os alunos apostarem na sua habilidade individual e quererem sair carregando a bola sozinhos, sorte que a própria (des)organização dá conta de ir sentenciando essa opção a falhas constantes. Vamos ao que interessa, o estímulo ao passe!

1 - Sequências paradas
Mais analítico, mas começar do zero requer esse cuidado para entender que passar é mais que apenas se livrar da bola. Dependendo do número de bolas disponível, arme colunas frente a frente para trocas de passe e trocas de fila ("para onde passar, o aluno vai ao final da fila"). Peça o passe com o lado interno do pé e depois libere passes com o lado de fora, peito de pé, bico. Questione qual o mais preciso, qual o mais fácil... Ah, também oferece situações de domínio de bola, onde o mais seguro será pisar na bola, mantendo o calcanhar atrás dela.

2 - Bobinho
Um clássico! Com variações diversas, atende a nosso objetivo no sentido de oferecer a motivação para passar bem a bola. Preferencialmente, divida várias rodas menores. A construção de uma roda já traz a ideia de trabalho coletivo e intensifica o contato com a bola, já que ela permanece mais tempo em jogo. Variações: permitir apenas dois toques para cada jogador; permitir apenas um toque para cada jogador; proibir passes aos jogadores imediatamente ao lado; o "bobo" conquista o direito de voltar à roda quando conseguir interceptar um passe, o passador toma seu lugar; aumentar o número de bobos etc.


Jogadores do Barcelona-ESP  jogando "bobinho" no treino

3 - Corrida de passes
Nesse eu adaptei a dinâmica do beisebol para estimular o passe e drible com bola. O material a ser usado é de cones, coletes para divisão das equipes e uma bola. Divididas duas equipes, uma será chutadora e corredora e outra passadora. A organização fica mais ou menos assim:

Equipe laranja: chutadora/corredora
Equipe vermelha: passadora
Setas amarelas: sentidos de deslocamento

Um jogador da equipe laranja é encarregado de chutar a bola para frente, de maneira a ultrapassar a linha de meio. Após o chute, ele deve correr ao redor dos cones colocados o mais rápido possível para voltar ao cone de onde chutou. Enquanto isso, a equipe vermelha deve primeiro buscar a bola e então iniciar passes entre toda a equipe, sem exceção. Se o corredor conseguir chegar ao início antes dos adversários conseguirem passar a bola entre toda a equipe, marca o ponto. Após a primeira equipe realizar todos os seus chutes, os papéis se invertem. A distância dos cones deve ser proporcional ao número de jogadores das equipes. Pode-se acrescentar outra bola que deverá ser driblada ao redor dos cones, os quais formarão uma figura menor, obviamente.

Exemplos com jogos que eu normalmente escolho. O prazer do jogo exige uma readequação dos modos de fazer para melhorar a participação e atingir os objetivos. O olhar do professor deve repousar sobre a questão do coletivo, a maior dificuldade atual é o trabalho em equipe. As pessoas se preocupam em atuar com êxito individual e esquecem de se preocupar com a garantia de um bem estar ao grupo que pertencem.

Junho chegou e a série vai continuar! Mais futsal nas próximas semanas. Abraços a todos e até a próxima!
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