sexta-feira, 27 de agosto de 2010

A esperança da Educação Física Escolar

Falta menos de uma semana para a última fase de seleção para instrutor do SESC SP. Se eu conseguir ser aprovado e convocado, confesso estar realizando uma meta, pois estarei empregado em um dos locais mais bem conceituados (ao menos na minha humilde avaliação) no trabalho educacional e também na área físico-esportiva.

Tal conquista pode implicar no abandono de meu trabalho na escola. Já escrevi muito sobre como é desgastante, desmotivador, cruel e revoltante trabalhar aos trancos e barrancos no ensino público estadual, mas hoje eu senti vontade de dar aula amanhã!!

TUDO o que planejei para as aulas de hoje funcionou. Tentei lembrar quando foi que isso aconteceu e não consegui... Só faço a ressalva para a aula paralela em duas salas (bem vindo ao sistema de professores faltantes!) e para a baixa participação (40%) numa outra. No mais, experiências, trocas, movimento, registro, questionamentos e evolução. Terminei a manhã mais feliz e pensando que, afinal, estar na escola ainda pode ser aquilo que eu sonhava.

Só espero que eu não termine despertando de minha ilusão na segunda-feira. E da pior forma possível: já sabendo que vai acontecer. Garanto que meu empenho não faltará nunca, desejo que o dos alunos também aconteça e possamos fazer juntos. Abraços a todos e obrigado aos novos visitantes!

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

O que vemos e o que fazemos!


No retorno das aulas após o recesso, grande parte dos alunos torceu o nariz ao saber que estudaríamos Ginástica. Iniciei os trabalhos com algo mais teórico e reflexivo... pedi que fizessem uma entrevista com adultos e puderam descobrir do que se trata, pois usei as respostas encontradas juntamente com a exposição de vídeos de modalidades ginásticas e uma explicação sobre histórico e formato da Ginástica Artística (modalidade a ser melhor estudada na quinta série).

Curioso observar a mudança: constataram na prática que o conteúdo, apesar de incomum, tem a ver com todo tipo de brincadeira e jogo que eles alguma vez na vida já tentaram. Durante a aula em que exercitamos situações de equilíbrio, adoraram subir na mureta da quadra e tentar manter-se sem cair. Foram até mais longe, escalando a grade! Ah, se meu diretor visse, eu iria ser chamado na salinha para uma conversa... Mas nada que estivesse pedagogicamente fora do contexto!

Hoje, mais uma aula, agora sobre giros e rotações. Traduzindo para os alunos: cambalhotas para frente e para trás, estrelinhas, giros ao redor do corpo. O simples uso da rampa do estacionamento da escola para auxiliar nos trabalhos e pronto! Até os menos participativos quiseram tentar uma vez para sair rolando colchonetes abaixo... Fico devendo as fotos, maldita falta de memória para levar a câmera! Mas vou ilustrar o post com uma imagem que o Google me ajudar a encontrar.

Recomendo a todos que queiram aproximar os alunos do conhecimento que encontrem a relação entre aquilo que querem mostar e o que eles já fazem. Aguardo ansioso pelos registros e pelas páginas 2 e 3 da nossa revista de G.A.

Abraços a todos! Obrigado pelas visitas! E votem no banner aqui do lado para que o LUDocência consiga um lugar ao sol!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Referências importantes!

http://blog.cev.org.br/joaofreire/2010/o-blog-do-guilherme/

Post excepcional nesta segunda-feira para agradecer ao Prof. João Batista Freire pela menção e transcrição de meu post "Podia terminar só nisso..." em su blog. O professor João é um pesquisador da área da Pedagogia do Movimento, foi docente da FEF-UNICAMP por muito tempo e escreveu uma das obras que são referência na área: "Educação de Corpo Inteiro". Quem ainda não leu, leia para saber mais de criança, de jogo, de vida.

Obrigado, professor! Sua visita e sua admiração são motivações eternas para a continuidade desse registro virtual.

Abraços a todos!!

sábado, 14 de agosto de 2010

Podia terminar só nisso...

Como a maioria deve pensar, eu realmente tenho o esporte como principal ferramenta de trabalho. Cabe lembrar quantas coisas bacanas acontecem no esporte: superação de limites, obstinação, compromisso, cooperação, respeito, desenvolvimento motor, saúde, lazer, satisfação...

Além de ser um promotor deste tipo de atividade em geral, também sou um entusiasta da prática. Esse gosto só veio depois de me empurrarem para uma posição em que eu não comprometia tanto com minha falta de jeito (isso foi melhorando com o tempo...). Tive muitas alegrias através do esporte, alguns sucessos, coisas das quais me orgulho. Uma pena que tenha de lembrar do "lado negro" de algo que me ajudou e ajuda tanto.

O esporte competitivo, de cobranças, desempenho, treinamento árduo, o ser humano levado ao limite completo de suas forças, a pressão pelo dinheiro investido e o abandono da ética para alcançar o objetivo (Leia post anterior O que dizer de conduta social?).

Quando vejo as crianças jogando qualquer coisa que seja, no prazer de participar e estar junto, em conseguir um feito que antes era inimaginável, penso profundamente que o esporte podia ser assim, só na base de jogar, mudar os times, trocas, experiências variadas. Uma pena que as coisas tenham tomado um rumo como esse...

Se não dá pra mudar o que já domina, pelo menos podemos inserir em cada participante a capacidade de enxergar além da necessidade de vitória e derrota. O prazer em jogar significaria mais pela situação e não pelo resultado.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

O que dizer de conduta social?

Parece um daqueles assuntos ouvidos em folhetins policiais de fim de tarde, que friamente analisam todo sujeito que comete um crime, sem observar os motivos, válidos ou não, de um desfecho por vezes trágico ou violento.

Mas observar a conduta de um indivíduo em sociedade diz muito sobre os tempos em que vivemos. Dia após dia, percebo aumento de conflitos em ambientes nos quais isto é extremamente prejudicial. Nem preciso falar que a primeira lembrança é a escola.

Não sou fã fervoroso de certas rusgas militaristas que ainda insistem em se fazerem vivas na escola até hoje. No entanto, as filas são a maneira mais rudimentar de organizar e classificar um grande grupo de pessoas. Assim são feitos os retornos do invervalo em minha escola. E diria que é um processo fácil, já que manter-se alinhado em relação a alguém é tarefa que eu julgo simples! Mas não dá pra ver isso... Empurrões, perseguições, escaladas na grade, agarrões, pontapés, socos e outros tipos de ações semelhantes que não vale a pena citar. Fico assustado ao assistir esse espetáculo todos os dias.

Da mídia, tornaram-se públicos casos de assassinato frio e cruel contra mulheres, motivados por ciúme ou "mordaça", vindos de uma pessoa pública, atleta e campeão e um ex-policial. Ex-policial!?

E, nos dois últimos finais de semana, dois pilotos brasileiros de Fórmula 1 envolveram-se em casos de prova pública da convivência esquisita de que falo: Massa abdicou de sua posição ética para abaixar a cabeça ao seu contratante e deixar seu companheiro ultrapassá-lo; Rubinho Barrichello, tantas vezes também subordinado ao mesmo tipo de situação, mas muito mais queixoso de fazer jogo de posições, realizou bela manobra pra cima do Schumacher, o mesmo beneficiado das inúmeras trocas de posições, e este último simplesmente tentou jogar o carro de Rubinho no muro!

O que eu vejo não é normal. Fico cada dia mais decepcionado com o ser humano e sua tolerância exagerada com comportamentos danosos.
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