--> Resposta à nota publicada pela Secretaria Estadual de Educação (SEE) no link http://www.educacao.sp.gov.br/noticias_2010/2010_12_03_a.asp
Eu, cidadão e professor de Educação Física Guilherme Freitas, lamento que a SEE insista em fazer-se de cega, surda e muda para com a educação de São Paulo. A Secretaria engana-se ao declarar que somente 1% do total de docentes aderiram a greve (acesse as fotos da última assembleia em SP!), mostrando como é contrária ao diálogo e sem qualquer abertura para saber quais são os interesses dos docentes ao defenderem a pauta de reinvindicações proposta.
Lamento, também, que tenhamos que usar de métodos de força para demonstrar a necessidade de uma reformulação na educação paulista, causando transtornos a um número grande de paulistanos, mas também recebendo manifestações de apoio de outros tantos descontentes com o rumo das políticas realizadas em nosso estado. Embora contrarie orientações da Prefeitura e outros órgãos governamentais, os mesmos transtornos são causados por outros eventos sem que estes tenham o mesmo objetivo profundamente justificável.
Não acho que cortar o ponto ou salários seja o tipo de medida que a classe docente, consciente da necessidade de lutar, entenda como justificativa para retornar ao trabalho. Greve é direito assegurado em lei federal. Da mesma forma, muito me revolta saber que exista menção de usar o Bônus por Resultados e o Programa de Valorização pelo Mérito como forma de esvaziar o movimento, quando este último justamente luta para garantir a reposição das perdas salariais e não por bonificações aleatórias, inconstantes e descriteriosas concedidas a uma parcela ínfima do quadro estadual, excluindo o restante dos docentes sem que sejam utilizados modelos viáveis de avaliação de cada realidade local.
Dentre as reinvindicações, talvez não fique claro o quanto a educação pública estadual precisa de socorro. Acredito que o professor mereça ser melhor remunerado, mas antes lutamos por melhores condições de trabalho para nós e melhores condições de aprendizado para os alunos. Por fim, aposto que você deve ter assistido na TV que o Governo do Estado divulga aos quatro cantos a evolução do aprendizado dos alunos (tenho 6 quintas séries, todas tem problemas de ortografia seríssimos, muitos só escrevem em letra BASTÃO e temos muitos alunos em dificuldade e defasados), dois professores em sala de aula (onde? onde? Que injustiça, alguém trabalha ao meu lado e nem o enxergo), escolas limpas, novas e organizadas e professores felizes e contentes com seu trabalho e a recompensa pelo bem maior que prestam à sociedade... MENTIRA!!!
Só quero ajudar a recuperar a dignidade... Quero que se dane Serra, PSDB e o caramba. Em greve contra tudo o que impede que sejamos na educação tudo o que sonhamos para nós e para o Brasil.
http://noticias.r7.com/sao-paulo/noticias/visita-de-serra-em-ribeirao-preto-e-marcada-por-protesto-e-confusao-20100320.html - eu devia ter ido lá para passar a carteirinha do HC pro pessoal entrar!!
ResponderExcluirGuilherme, você deveria procurar um emprego de jornalista, pelo menos colunista, pois como sabemos, professor além de não ser trabalhador nao recebe um reconhecimento e nem salário - como comentarista deve receber - sem brincadeira, você realmente sabe escrever - meus parabens pela palavras escritas.
ResponderExcluirAlfredo - La Fortezza
Obrigado, Alfredo. Isso sempre foi um pensamento, espero que eu consiga conciliar algo entre lecionar na escola e escrever sobre algo...
ResponderExcluirNo mais, a indignação persiste, pena que uma maioria de professores não enxergue que precisam gritar e esclarecer que não é fácil.