sábado, 5 de novembro de 2011

Sacando o voleibol III

O contexto já se tornou mais próximo dos alunos e eles agora vão conseguir relacionar as informações com aquilo que já viram ou conheceram a respeito do vôlei. No entanto, é batata: coloque a rede na quadra, divida duas equipes e o jogo não sai. Os alunos tem a imagem do que é uma manchete, mas não conseguem que ela seja útil. Vem os jogadores na TV usando duas mãos acima da cabeça e passando a bola com precisão, mas o que conseguem é dar um tapa na bola sem qualquer controle.

A experiência de rebater é, cada vez mais, menos oferecida dentro das possibilidades esportivas, geralmente reduzida ao futebol e queimada. É preciso iniciar a conversa a partir do movimento que eles tem como possível. Esse diálogo é meio complicado, com certeza os alunos irão argumentar que querem mesmo é jogar sem interrupções, que eles sabem jogar (e alguns saberão, estes acabam jogando sozinhos ou cobrando dos outros algo que ainda não são capazes de oferecer do ponto de vista motor) e é chato. Brinco com meus alunos que eu, nesse caso, tenho como função ser chato para levá-los além do que já conhecem!!!

Aula 2 - Os princípios do rebater

Inicialmente, dispondo de várias bolas, distribua os alunos em duplas e peça que eles, frente a frente, procurem rebater a bola em direção a seu colega, permitindo diferentes maneiras de uso das mãos (outras partes do corpo também podem aparecer, como ombro, joelho, coxa, cabeça, são não dou muita abertura aos pés porque daí pro chute e bola rolando no chão, um passo, dispersão e já era), assim como liberdade no número de vezes que a bola pode bater no chão.

Peça, então, que eles usem dois toques: uma rebatida para o alto e um segundo toque para passar a bola ao colega. Aqui, são muitas as possibilidades... Passemos a uma alternativa que eu sempre aplico, não sei se posso dizer que criei, mas certamente apropriei!

Atividade: Ping-Pongão
Material: Bolas de tamanhos variados, cones, cordas, giz

Usando as linhas da quadra, você pode demarcar quadrinhas, onde dois cones ficam nas extremidades laterais, dividindo o campo na metade, com uma corda passando entre os dois cones.
Caso os materiais estejam escassos, um giz dá conta do recado! Só demarcar a quadrinha, quem sabe um banco ou cadeira sirva de "rede" e pronto... Se tiver poucas bolas, siga o texto para alternativas viáveis ;)

O jogo consiste em uma disputa de pontos na qual o objetivo é fazer com que a bola toque duas vezes a metade da quadrinha adversária, cada jogador deve rebater a bola em direção ao campo adversário depois que a bola toque uma vez o chão da sua metade. Permita o que for aparecendo de solução para o problema inicial de rebater, depois vá orientando no que for preciso e estabeleça regras que se tornem necessárias com o passar das disputas (o que acontece muito é a finalização de cima para baixo, que torna o jogo desmotivante, acabo aplicando uma regra de que a bola deve ser rebatida de baixo para cima. Também ocorre a situação de os alunos usarem muito a mão aberta e perderem força e direção, defino que só será válido o toque com a mão fechada ou lateral das mãos).

O 1 contra 1 desinibe a grande maioria dos alunos que não tem muita afeição pelo esporte, estes podem se apoiar nos colegas mais chegados e ir tomando contato de maneira tranquila com o aspecto motor do jogo. O desenrolar é natural, além de solução para quem tem poucas bolas: junte duas duplas e coloque para jogar, depois uma quadrinha contra a outra em um espaço maior. No fim, você terá duas equipes grandes jogando.

Quer oferecer mais? Percebendo um envolvimento bacana, vá inserindo uma cara de vôlei no que já estiver acontecendo: peça que a equipe troque dois passes antes de enviar a bola ao outro lado da rede, depois três toques. Obviamente, estas últimas variações são válidas se o grupo for se soltando. No mais, vá economizando propostas para as próximas aulas!

Nas próximas postagens, seguiremos com situações e propostas para o desmembramento do jogo em seus pormenores motores (saque, manchete, toque, ataque, bloqueio), os aspectos organizacionais (rodízio e posicionamento) e uma contextualização que aproxime o tema do cotidiano esportivo e social.

Ufa! Por hoje é só. Abraços a todos e obrigado pelas visitas! Deixem suas impressões registrada em comentários.

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