Finalmente, o final. Reservei algumas linhas para falar sobre o jogo propriamente dito e oferecer uma proposta de avaliação, bem como referências que utilizo.
Tratei de várias dinâmicas relacionadas aos fundamentos, mas não incluí nenhum momento de jogo, divisão de equipes para jogar a modalidade futsal ou exigências de regra. Acredito que seja possível diluir partidas entre as aulas que tratam das partes do jogo. Facilitará a compreensão dos temas de cada aula, além de permitir que sejam colocadas em prática toda a experiência acumulada.
A divisão das equipes exige um cuidado pedagógico que a simples aplicação de gênero não resolve. Meninos e meninas teoricamente apresentam níveis de compreensão diferentes, mas não é algo determinado. A preocupação deve repousar mais no equilíbrio do que em possíveis situações de lesão e contato, afinal ali pelo início da escolaridade até os 12 anos a compleição física é semelhante.
Quanto mais gente jogando, melhor. Permita que ocorram jogos de quadra inteira, principalmente para se habituarem com os espaços e regras de circulação da bola, mas privilegie espaços menores que vão estimular o uso de movimentos previamente ensaiados, além de novas possibilidades dentro da prática. De novo, quanto mais gente jogando, melhor.
Avaliação
Já arredondei esse tema ao longo de todas as séries aqui no blog, acho de fundamental importância saber o que ficou de todo o planejamento e execução das aulas, se foram satisfatórias as situações oferecidas e quais os pontos deficitários. Pode ser feita de tantas formas diferentes quantas puderem ser incluídas, em momentos diversos, mas fazemos uma opção conforme o que foi abordado.
Dessa vez, sugiro a realização da observação de jogo através do scout ou análise de jogo (um artigo interessante a respeito do uso deste recurso você encontra no site Pedagogia do Handebol). Basicamente, trata-se da coleta de dados relacionados às ações de jogo, sejam fundamentos, ações táticas, posicionamento de jogadores, ocorrências na partida e outras variáveis julgadas relevantes.
Um exemplo mais complexo, sugiro reduzir as variáveis e simplificar os campos de anotação
Para iniciar, exiba vídeos com cenas de jogos de futebol de campo, futebol de areia, futsal e momentos de brincadeira com a bola no pé. Os alunos deverão delimitar quais os momentos em que observaram o futsal e suas características para diferenciar esta prática das demais. Conjuntamente, podem ser aplicadas outras características de análise: número de participantes, número de equipes, movimentos utilizados, interrupções de jogo...
Divida grupos e peça que eles definam o que é mais importante para ser observado em jogos de futsal. Direcione a discussão para a eleição de movimentos de jogo e sugira a construção de uma tabela para que acompanhem um vídeo de um trecho de partida de futsal. Este mesmo modelo pode ser utilizado na observação, por exemplo, de partidas de colegas, quando for a opção por partidas na quadra inteira. Assim, o restante pode participar ativamente mesmo sem estar na quadra!
Para fechar, peça a cada grupo a confecção de um trabalho de análise do jogo de uma das equipes formadas pelos colegas: movimentos observados, jogadores participantes, comentários sobre o jogo. Esta dinâmica aqui proposta permitirá entender se o futsal está sob domínio de todos e todas, além exigir a construção de relações que vão além do esporte: análise de dados e números, divisão de trabalho, reflexão sobre a prática.
Sugestões de leitura
SANTANA, W. C.
Futsal: Apontamentos Pedagógicos na Iniciação e na Especialização. São Paulo: Autores Associados, 2003.
DAOLIO, J. Cultura, educação física e futebol. Campinas: Editora da Unicamp, 2003.
FREIRE, J. Pedagogia do futebol. Campinas: Autores Associados, 2003.
KRÖGER, C.; ROTH, K. Escola da bola: um ABC para iniciantes nos jogos esportivos. São Paulo: Phorte, 2002.
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