sexta-feira, 10 de junho de 2011

Pedagogia do basquete - encestando novas possibilidades IV

Seguindo com os trabalhos, chegamos aos arremessos e rebotes. Nem preciso falar que essas coisas podem ser aprendidas em conjunto, afinal depois de um arremesso mal sucedido sempre existe um rebote, nada mais natural. Assim, jogos que envolvam as habilidades já apresentadas e reúnam novos elementos são legais e tornam o esporte mais interessante e possível.

Basquete

Aula 3 - Arremessos e rebotes
Esqueça deixar apenas os alunos posicionados e arremessando da mesma posição até acertar. Faça-os trabalharem em duplas, executando um pouco do movimento de arremessar de cima da cabeça. Basta eles entenderem como conseguir mandar a bola alto e para frente, isso usando o corpo todo! Um belo trabalho de coordenação, mas faça isso acontecer desapercebidamente ao longo dos jogos e atividades a seguir:

- Em trios, dois jogadores passam a bola entre si enquanto o terceiro tenta interceptar a bola para tomar o lugar de um dos outros. Valendo ou não o "toco" (veja aqui uma seleção de tocos), valendo ou não para a dupla poder saltar para arremessar...
- Em trios, um aluno segura um bambolê posicionado em cima de um banco enquanto os outros dois executam o arremesso tentando fazer a bola passar dentro do bambolê. Marcar o tempo para ver quantos conseguem sem deixar a bola cair no chão e trocar as posições.
- Dividir duas equipes, uma de cada lado da quadra. Alternadamente, eles lançam a bola com força no chão para que ela suba e o outro time tente recuperar sem deixar cair no chão, marcando os pontos no erro do adversário.

E qualquer outra possibilidade nesse sentido vai bem. Especificamente, vale falar da bandeja. A compreensão dessa jogada passa pelo uso da tabela e o número de passos que são permitidos com a bola nas mãos, então são três tacadas numa só.

- Em duplas, os jogadores se deslocam passando a bola entre si em um corredor na lateral da quadra (na grande maioria das quadras de escola, a linha lateral e a lateral da quadra de vôlei) até aproximar-se da cesta, quando o jogador do lado de dentro recebe, dá dois passos e arremessa usando a tabela.
- Dividir duas equipes. Próximos de cada tabela, distribua dois trios de bambolês no chão, à direita e esquerda, colocados em uma distância de passada adequada aos alunos. O objetivo das equipes é passar a bola até que alguém receba a bola dentro do 1º bambolê, se desloque apoiando um pé em cada bambolê seguinte e execute o arremesso fazendo a bola bater na tabela para marcar o ponto. Em caso de erro, o jogo reinicia com posse da outra equipe.


Legal, hein? Já dá pra ver que todo mundo pode tentar... Mas sempre tem aqueles que não conseguem participar em jogos tão coletivos inicialmente, então reserve sempre uma parte das aulas para algo mais simples. Recomendo o jogo do "relógio" (também chamado de "garrafão"), que consiste em arremessar das posições demarcadas no garrafão abaixo, prosseguindo ao próximo ponto de arremesso sempre que acertar. Vence o aluno que conseguir dar a volta primeiro.

Tem também aquelas estafetas legais de pegar a bola, arremessar e voltar para a fila quando conseguir acertar, apesar da comparação exigir uma certa habilidade na composição das equipes para não desmotivar e criar atritos entre os alunos (fato! eles não conseguem respeitar os limites individuais, vale reforçar essas diferenças aqui? Existem outros momentos para ter essa conversa): numerar e chamar por número, passar a bola até o primeiro/ último da fila que sai para o arremesso (driblando) e uma bem legal que aprendi a chamar de "choque": os alunos ficam todos de mãos dadas, com o professor no centro da linha formada. Com um aperto de mão que vai sendo transmitido até o fim da fila, quem está na ponta sai somente quando receber o sinal pela mão. Eles se divertem e a gente também, pegando os engraçadinhos que soltam o "choque" antes da hora!!! Tem também uma dinâmica de duas filas na qual uma equipe inicia arremessando e, se o arremesso não é convertido, a outra fila é responsável pelo rebote e novo arremesso. Em caso de cesta, dois pontos são marcados, se o outro time não consegue o rebote, um ponto é marcado. Para deixar mais acessível a todos, permita inicialmente um quique da bola no chão. Depois, vá propondo mudanças conforme a adequação da turma.

Escreveria muito sobre essa história de jogos para aprender a jogar, mas os exemplos são um início pra quem precisa de ideias. Alguma coisa disso eu já uso bastante (inclusive para outros tipos de atividades e modalidades), outras eu não pude aplicar até agora. Usem, abusem e depois voltem pra contar como foi. Não esqueçam de comentar! Abraços a todos e até a próxima.

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